sexta-feira, 8 de março de 2013

A farsa dos “escândalos sexuais” da Igreja na Irlanda


Recentemente saiu uma reportagem no Globo, e maldosamente disseminada nas televisões, rádios, sites evangélicos e ateus, denunciando os “abusos cometidos pela Igreja Católica contra crianças na Irlanda”.

Pois bem, o Grande jornalista Olavo de Carvalho foi verificar se a acusação procedia e o que encontrou foi uma calúnia gigantesca, um exagero dos fatos ocorridos, tudo com o objetivo de desmoralizar a Igreja. Mas vejamos a conclusão do próprio jornalista Olavo:

“Colho no Globo Online o exemplo mais lindo da semana: 



Não digo que o Globo seja o único autor da façanha. Teve a colaboração de agências internacionais, de organizações militantes e de toda a indústria mundial dos bons sentimentos. Naquelas três notas, publicadas com o destaque esperado em tais circunstâncias, somos informados de que uma comissão de alto nível, presidida por um juiz da Suprema Corte da Irlanda, investigando exaustivamente os fatos, concluiu ser a Igreja Católica daquele país a culpada de nada menos de doze mil – sim, doze mil – casos de abusos cometidos contra crianças em instituições religiosas. A denúncia saiu num relatório de 2600 páginas. Legitimando com pressa obscena a veracidade das acusações em vez de assumir a defesa da acusada, que oficialmente ele representa, o cardeal-arcebispo da Irlanda, Sean Brady, já saiu pedindo desculpas e jurando que o relatório "documenta um catálogo vergonhoso de crueldade, abandono, abusos físicos, sexuais e emocionais". Depois dessa admissão de culpa, parece nada mais haver a discutir.
Nada, exceto os números. O Globo fornece os seguintes:

1) A comissão disse ter obtido os dados entrevistando 1.090 homens e mulheres, já em idade avançada, que na infância teriam sofrido aqueles horrores.
2) Os casos ocorreram em aproximadamente 250 instituições católicas, do começo dos anos 30 até o final da década de 90.

Se o leitor tiver a prudência de fazer os cálculos, concluirá imediatamente, da primeira informação, que cada vítima denunciou, além do seu próprio caso, outros onze, cujas vítimas não foram interrogadas, nem citadas nominalmente, e dos quais ninguém mais relatou coisíssima nenhuma. Do total de doze mil crimes, temos portanto onze mil crimes sem vítimas, conhecidos só por alusões de terceiros. Mesmo supondo-se que as 1.090 testemunhas dissessem a verdade quanto à sua própria experiência, teríamos no máximo um total de exatamente 1.090 crimes comprovados, ampliados para doze mil por extrapolação imaginativa, para mero efeito publicitário. O cardeal Sean Brady poderia ter ao menos alegado isso em defesa da sua Igreja, mas, alma cristianíssima, decerto não quis incorrer em semelhante extremismo de direita.

Da segunda informação, decorre, pela aritmética elementar, que 1.090 casos ocorridos em 250 instituições correspondem a 4,36 casos por instituição. Distribuídos ao longo de sete décadas, são 0,06 casos por ano para cada instituição, isto é, um caso a cada dezesseis anos aproximadamente. Mesmo que todos esses casos fossem de pura pedofilia, nada aí se parece nem de longe com o “abuso sexual endêmico” denunciado pelo Globo.

Porém a maior parte dos episódios relatados não tem nada a ver com abusos sexuais, limitando-se a castigos corporais que, mesmo na hipótese de severidade extrema, não constituem motivo de grave escândalo quando se sabe – e o próprio Globo o reconhece – que grande parte das crianças recolhidas àquelas instituições era constituída de delinqüentes. Se você comprime bandidos menores de idade num internato e a cada dezesseis anos um deles aparece surrado ou estuprado, a coisa é evidentemente deplorável, mas não há nela nada que se compare ao que aconteceu no Sudão, onde, no curso de um só ano, vinte crianças, não criminosas, mas inocentes, refugiadas de guerra, afirmaram ter sofrido abuso sexual nas mãos de funcionários da santíssima ONU, contra a qual o Globo jamais disse uma só palavra.

Só o ódio cego à Igreja Católica explica que o sentido geral dado a uma notícia seja o contrário daquilo que afirmam os próprios dados numéricos nela publicados.
Por isso, saiba o prezado leitor que só leio a “grande mídia” por obrigação profissional de analisá-la, como se analisam fezes num laboratório, e que jamais o faria se estivesse em busca de informação.” http://www.olavodecarvalho.org/semana/090605dc.html

Detalhe:

A entidade católica que administrava os orfanatos era a Congregatio Fratrum Christianorum, CFC, Esta congregação não tem padres, são todos religiosos leigos (nenhum clérigo) com os três votos. Isso também desmascarou o odioso site “Causa Operária online”, do link: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=14548  que ainda calunia descaradamente: “Padres da Igreja Católica abusaram sexualmente de mais de 12 mil crianças na Irlanda”

Os orfanatos femininos em sua maioria eram tocados pelas Irmãs da Misericórdia. Neste caso, não se constatou nenhum caso de abuso sexual, mas apenas “maus-tratos” como castigos escolares (comum e legal ás crianças rebeldes de 60 anos atrás e que hoje é tido como “maus tratos”).

E assim, mais uma vez, fica provada a desonestidade da imprensa, que vê seus próprios jornalistas honestos a desmascararem.

Por Fernando Nascimento