quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Adulterações católicas nos escritos de Cipriano – Refutado




Por Fernando Nascimento

Que os católicos jamais adulteraram os escritos de São Cipriano ficará provado aqui, agora.

A gratuita acusação de que os católicos “adulteraram” tais escritos vem do jovem protestante que se acha “teólogo”, Lucas Banzoli, que deveria chamar-se ‘Lucas Cata’ devido o grande festival de cascatas, lorotas, potocas que difunde na internet a serviço do protestantismo.

Abaixo, transcrevo em vermelho, do seu blog, algumas de suas “doces” acusações e as refuto logo em seguida para que o Lucas vá dormir mais sabido. Começava ele acusando:

Que os “apologistas” católicos que existem por aí na internet são em maioria desonestos, e que agem covardemente por trás de seus fakes e de forma trapaceira, isso todo mundo já sabe. Já se foi a época de grandes sites católicos com respeito e prestígio no Brasil. Atualmente o que mais se vê são blogs administrados por indivíduos psicologicamente desequilibrados, desonestos e que consideram os protestantes como uma sub-raça, que tem que ser eliminada a todo e qualquer custo.

Logo veremos quem é desonesto e age covardemente de forma trapaceira. Os sites e Blogs católicos estão cada vez mais bombando pela procura do povo em querer conhecer as lorotas protestantes desmascaradas, principalmente as do Lucas Cata, que se apresentava nas comunidades de Orkut como um fake que tinha como avatar o escudo do time paulista  do São Paulo.
Nenhum indivíduo psicologicamente desequilibrado apagará dos registros da história que quem a qualquer custo considerava os católicos inferiores e os perseguia e eliminava para apoderar-se de suas posses eram os protestantes. Confira: http://fimdafarsa.blogspot.com.br/2012/05/sabe-por-que-alguns-paises-ricos-sao.html  

Célebre é a frase do pastor protestante nazista Friedrich Wieneke : “A paz só virá quando o último judeu se enforcar no último intestino do último vigário". Fonte: Report from Wieneke, “attacks on Pastors”, dated 9,1941 – (BA Koblens R 43 11/478ª, fiche 1, document 19).

Eles chegaram ao ponto de proibir que católicos trabalhassem na construção do navio Titanic. O navio teve sua construção em Belfast, Irlanda do Norte, região de maioria protestante e extremamente anticatólica. Pouco antes da construção do Titanic, William James Pirrie, político de destaque na Irlanda do Norte e presidente da Harland and Wolff, empresa especializada em construção de navios, ordenou a proibição da contratação de trabalhadores católicos por pertencerem a uma “igreja papista e venenosa”. A medida foi aceita com grande entusiasmo e caso fosse descoberto algum católico trabalhando ilegalmente, este poderia ser espancado e perderia o emprego imediatamente. http://diretodasacristia.com/home/noticias/nem-deus-afunda-esse-navio/

Confirma-se assim que o Lucas faz vasto uso da máxima lenista que diz: “Xingue-os do que você é. Acuse-os do que você faz” (Lenin).

Prosseguia o jovem arauto de Lutero:

Além do ódio, um dos fatores que mais me chama atenção nesta nova onda de “apologistas” é a total desinformação e desonestidade. Como eles não sabem nada, divulgam tudo quanto é asneira encontrada na internet, sem terem o cuidado de averiguar se a informação é verdadeira ou não, o que lhes poderia poupar de passarem tanta vergonha.

Logo ficará provado por ‘a’ mais ’b’, quem é o desinformado e desonesto que vive publicando asneiras encontradas na internet, sem ter o cuidado de averiguar se a informação é verdadeira ou não, poupando-lhe de passar a grande vergonha que se aproxima. E segue o Lucas Cata:

Um destes blogs, chamado “Cai a Farsa”, é administrado por um rapaz chamado Fernando Nascimento. Este não se trata de outra coisa senão de um covarde, que numa comunidade católica de debates não foi suficientemente capaz de debater comigo, e depois de ser humilhado teve que apelar para a exclusão e eliminação dos meus posts, e depois desta atitude covarde ainda disse que fui eu que “fugi” dele, para ver o tamanho da desonestidade do cidadão, que não tem a mínima capacidade de debater nem mesmo na comunidade criada por ele, onde ele manda e desmanda!

Dizia Jesus Cristo: o Diabo é o pai da mentira, Ao contrário do que calunia o Lucas, eu Fernando Nascimento de Recife-PE, nunca administrei o Blog “Cai a farsa” que tem tirado o sono de muito protestante mentiroso e tem batido records de acessos em relação ao dia anterior. Também nunca postei uma única letra no “Cai a farsa”. O Antonio Carlos, do Paraná, é que é o dono e administrador do Blog. Ele posta alguns de meus artigos porque simplesmente solicitou autorização. Por aí se vê como o Lucas é precipitado e mentiroso.

Eu nunca debati com o aleivoso Lucas, ele bem sabe que eu não debato com protestantes, refuto-os. Só lembro de ter refutado deste, um artigo com umas necedades que ele escreveu sobre a “mortalidade da alma”. De lá prá cá ele nunca mais foi o mesmo e anda delirando cheio de mimimi escondendo que fugiu mesmo do debate com os membros da comunidade MSR, depois de vandalizar diversos tópicos para assim tentar conseguir a expulsão de minha parte como moderador, mas não conseguiu, ele debandou daquela comunidade de Orkut depois de ser vencido nos debates pelo membro Cris Macabeus.

No link abaixo, está a refutação que fiz ao risível artigo dele sobre a “mortalidade da alma”. Ali ele que caiu do cavalo por demonstrar que nada sabe sobre as Escrituras e a imortalidade natural da alma:

Continuava ele nos atacando:

Em seu blog herético, ele propaga algumas frases supostamente ditas por Cipriano, que defenderiam a tese da primazia do bispo romano.
Digo “supostamente” porque na verdade não passam de adulterações esdrúxulas e das mais vergonhosas, do tipo que qualquer um que tenha um mínimo de decência, vergonha na cara e que preze pela credibilidade pode facilmente acessar a informação para confirmar tais declarações mentirosas. Mas, como tais sujeitos não dão a mínima para sua própria credibilidade (porque não a possuem), divulgam uma frase que teria sido dita por Cipriano:

O microscópico “teólogo” protestante Lucas, alega gratuitamente que adulteramos as palavras de Cipriano. Provaremos que o que faz o Lucas assim pensar é a própria ignorância que o habita.

Ele sem qualquer conhecimento de causa cita a frase de Cipriano que transcrevemos do Hartel:

“Atrevem-se estes a dirigir-se à cátedra de Pedro, a esta igreja principal de onde se origina o sacerdócio… esquecidos de que os romanos não podem errar na fé”. (Epist. 59,n.14, Hartel, 683)

Para em seguida bradar:

Essa adulteração é tão vergonhosa que qualquer um que tenha um mínimo de decência poderia ir conferir na “Epístola 59” de Cipriano e verá que não existe absolutamente nada que sequer seja parecido com isso nessa epístola 59 de Cipriano: http://www.newadvent.org/fathers/050659.htm

Para a triste infelicidade do Lucas, nossos protocolos e citações estão corretíssimos conforme o Hartel que citamos e também William A. Jurgens, editor e tradutor, de “A Fé dos Padres”, primeiro de três volumes, Collegeville, MN:. Liturgical Press, 1970, p 232. Ambas as fontes são anteriores ao uso popular da Internet. Digo isso porque o Lucas não passa de um simples usuário deste meio, sem qualquer aprofundamento sobre o que propala.

O ignóbil e raivoso Lucas foi incapaz de imaginar que o texto citado por mim, segue a numeração de Cipriano, e não a numeração da tradução do protestante Philip Schaff que ele usa, e esse é o caso.
Somos obrigados a seguir a numeração de Philip Schaff? Não! A nossa citação da Carta 59 ESTÁ CORRETA em outras traduções, só que na do Philip Schaff ainda que com uma inglesa tradução tosca, está na Carta 54, confira:

"Com um bispo falso apontado para si, hereges, eles se atrevem sequer a navegar e realizar cartas de cismáticos e blasfemos para a cátedra de Pedro e à Igreja principal, em que a unidade sacerdotal tem a sua fonte; eles nem pensaram que estes são romanos, cuja fé foi elogiada na pregação pelo Apóstolo, e entre os quais não é possível a perfídia de ter entrada. "(Cipriano, Carta 54, 14 a Cornélio de Roma, c. AD 252) http://www.newadvent.org/fathers/050654.htm

Observe que acabo de citar a mesma New Advent, que é editada pelo leigo Kevin Knight, citada pelos Lucas e que estranhamente está com a numeração de Schaff  mas confirma o que citamos apesar do seu inglês grotesco.
A New Advent é composta pela digitação de voluntários espalhados pelo mundo. Certamente alguém resolveu postar ali o texto protestante que acabou confundindo o Lucas, que deduziu que por o mesmo estar no site protestante “ccel” era o texto “verdadeiro”.

E para que Lucas estrebuche ainda mais depois de uma infantilidade dessa, estas são as elogiosas palavras do apóstolo Paulo a que se referiu Cipriano no trecho acima:

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados Santos: Graças a paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Primeiramente, dou graças a Deus por Jesus Cristo, acerca de vós todos, porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé”. (Rm 1, 7-8). (conforme bíblias protestantes do João Ferreira)

Não há qualquer dúvida que a fé anunciada em todo o mundo é a dos romanos. Não há qualquer dúvida que a cátedra do apóstolo Pedro está em Roma, a Igreja principal. Se o Lucas tivesse o mínimo de sobriedade intelectual, teria percebido que citamos como fonte o Hartel, e não a moderna New Advent.

Com essa o precipitado Lucas Cata não contava. Suas gratuitas acusações emanam de seu erro crasso em não conhecer nada de Patrística e montar-se em um texto que achou na internet. Continuar dando ouvidos a suas sandices é perda de tempo, por isso desde agora só refutarei do seu artigo o que for menos idiota.

Além do mais, o jesuíta Maurice Bévenot (1897-1980) dedicou sua vida a acabar com as divergências convenientemente muito usadas pelos protestantes para negar o primado de Roma, restaurando as reais palavras do bispo de Cartago, eliminando as intervenções externas. Afirma Massey H. Shepherd Jr. da Universidade de Chicago:

“Um grande mérito do trabalho do padre Bévenot é que ele está livre da inconclusividade do argumento baseado no estilo de Cipriano e também da questão controversa do que Cipriano poderia ou não poderia ter dito sobre o primado romano. (...) Ele irá fornecer um importante corpo de prolegômenos cuidadoso e meticuloso para uma edição nova muito necessária de Cipriano.”

Pobre Lucas que se esforçava inutilmente com a desenvoltura de uma raposa para dizer que Cipriano nunca citou as palavras “Roma” e “trono”, ignorando o que citamos e outras Epístolas como a 51,8, onde Cipriano escreveu que: Cornélio foi feito bispo de Roma pela escolha de Deus e de Cristo, pelo testemunho favorável da quase totalidade do clero, pelos votos dos leigos presentes, e pela assembléia dos bispos. Foi eleito para o lugar de Pedro e para o grau do trono sacerdotal.

Vejamos ainda o que o Lucas omitiu por desconhecer a Patrística:

Cipriano, em momentos de reflexão e calma, chama a Igreja de Roma, "o trono de Pedro, o chefe da Igreja ... onde a sacerdotal unidade tem a sua fonte". (Carta 59, 14, Hartel, p. 683); "a raiz e mãe da Igreja Católica". (Carta 48, 3, Hartel, p. 607); ele próprio se comunica com o Bispo de Roma, com uma constância que merece os elogios dos romanos. (Carta 36, 4, Hartel, p. 575); o que se refere a direção do som e do governo da Igreja universal, que julga o caso de Basilides e Marcial para ser definitivamente fechado por conta do veredicto do Papa São Cornélio, tendo sido unidos a opinião dos Bispos. (Carta 67, 6, Hartel, p. 741); ele apela para o Papa Santo Estêvão de usar sua autoridade para depor Marciano, bispo de Arles. (Carta 68, 3, Hartel, p. 745); e declara categoricamente em duas ocasiões que está com o Papa e está com a Igreja Católica. (Carta 55, 1, p. 624), (Carta 48, 3, Hartel, p. 607)

Só isso já seria o suficiente para desmascarar as cascatas do Lucas Cata.

Como o Lucas adora encangar lorotas para confundir ainda mais os que tenta enganar, juntou a estas que refuto, outras em que descaradamente defende que a Igreja Católica citada por Santo Inácio de Antioquia não é a mesma Igreja Católica de Roma.

Esse é o link do embuste citado por ele, repleto de omissões, citações adulteradas ou fora de contexto, inclusive atribuindo algumas ao Papa Gregório Magno: http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2012/08/o-significado-de-igreja-catolica-nos.html

Com um sopro, vamos derrubar o castelo de cartas do Lucas:

Sofismava ele dizendo:

Além disso, o próprio Inácio de Antioquia escreve dizendo que a Igreja não foi fundada em Roma, mas em Antioquia:

“Devemos, portanto, provar a nós mesmos que merecemos o nome que recebemos (=cristãos). Quem é chamado por outro nome além deste não é de Deus, pois não recebeu a profecia que nos fala a respeito disso: ‘O povo será chamado por um novo nome, pelo qual o Senhor os chamará, e serão um povo santo’. Isto se cumpriu primeiramente na Síria, pois ‘os discípulos eram chamados de cristãos na Antioquia’, quando Paulo e Pedro estabeleciam as fundações da Igreja. Abandonai, pois, a maldade, o passado, as influências viciadas e sereis transformados no novo instrumento da graça. Permanecei em Cristo e o estranho não obterá o domínio sobre vós” (Inácio aos Magnésios, Versão Longa, Cap.10)

Pura desonestidade. Santo Inácio em nenhum momento neste trecho está dizendo que “a Igreja não foi fundada em Roma, mas em Antioquia”, mas dizendo que em Antioquia os discípulos de Jesus foram primeiro chamados de “cristãos”, quando Paulo e Pedro estabeleciam as fundações da Igreja. Veja só até onde vai a satânica desonestidade deste rapaz. Não sabe o Lucas que mesmo sendo fundada em Jerusalém a primeira Igreja católica, desde os tempos apostólicos, Roma é a sede e matriz desta mesma Igreja, para mostrar o glorioso triunfo de Deus em pleno coração do Império Romano, perseguidor dos cristãos no passado, pois Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra sua Igreja e as portas do Império caíram.

Outras ignorâncias e omissões do Lucas:

1- Lucas desconhece completamente que no tempo de Santo Inácio, Antioquia era uma província romana submetida a Roma tanto administrativamente pelo império romano perseguidor da Igreja, como eclesiasticamente pela Igreja de Roma.

2- Ele desconhece completamente que foi justamente aos da Igreja em Roma que Santo Inácio de Antioquia escreveu sua mais louvável e eloqüente carta. Inácio também afirma o primado da Sé de Roma: "Roma preside a Igreja na caridade." (Carta aos Romanos Prólogo). - Significado de Presidir: ocupar a presidência de; Dirigir como presidente; Exercer as funções de presidente; Dirigir; superintender; orientar.

Esta carta também se difere das demais, por Santo Inácio não querer ensinar nada a esta Igreja; ao contrário, reconhece que ela é quem ensina (Inácio ao Romanos 3,2).

3- Como o Lucas nunca conhece o contexto do que cita, não notou ou omitiu que, enquanto Santo Inácio exalta a Igreja de Roma confessa que sua Igreja é mais humilde e pede oração as demais. Isso está no final da mesma carta do trecho citado pelo desatento Lucas:

“Sei que estais repletos de tudo o que é bom e, por isso, exortei-vos brevemente no amor de Jesus Cristo. Lembrai-vos de mim em vossas orações, para que eu possa alcançar a Deus. E [lembrai-vos também] da Igreja que está na Síria, da qual não sou digno de ser chamado seu bispo. Necessito da vossa oração unida em Deus e do vosso amor para que a Igreja da Síria possa ser digna, conforme sua boa ordem, de ser edificada em Cristo.” (Inácio aos Magnésios, Versão Longa, Cap.14)

4- A falácia do Lucas sobre as supostas frases do Papa São Gregório Magno “rejeitando” o título de “sacerdote universal” são caducas distorções dos inimigos da Igreja, já devidamente refutadas, confira:
Cabe lembrar que o Lucas sobre o Papa São Gregório Magno, como de praxe, também usou de extrema desonestidade intercalando frases de tempos e contextos diferentes para criar um sofisma diabólico de “recusa” ao cargo de Papa..

Ele pescou frases de quando São Gregório Magno era só um monge acanhado que se recusava a ser Papa quando inesperadamente foi eleito pelo povo e todos que o admiravam, chegando a fugir por timidez de assumir o cargo.

Ele pescou frases de quando o Papa São Gregório Magno, já Papa, condenava as atitudes do bispo João de Constantinopla que se auto denominou “sacerdote universal” sem a eleição de Roma e vendia malandramente isso como sendo dito do Papa Gregório em recusa ao cargo de Papa. Por aí vão as falcatruas deste jovem vassalo de Lutero.

Os protestantes desonestos estão sempre colocando palavras mentirosas na boca dos santos católicos de grande credibilidade para jogá-los contra a Igreja, visto que no meio deles não existe ninguém que junte uma mísera credibilidade para tentar isso.

Voltemos às lorotas do Lucas sobre suas acusações de “adulterações” dos textos de Cipriano:

No passo seguinte, dando um show de ignorância e desonestidade, o Lucas se supera nas divagações tentando a todo custo negar o primado romano e fazendo distorcido uso das palavras de Cipriano.

Ele começa sem qualquer noção da ordem cronológica dos fatos, invertendo tal ordem para acomodar suas sandices.

Ao contrário da ordem dos fatos que ele cita, primeiro Cipriano em meio a violenta tormenta provocada pelos hereges, havia convocado o Sétimo Concílio de Cartago, um concílio regional para decidir sobre o rebatismo os hereges que estavam retornando à Igreja. Ele assim o fez na África, porque recebeu com atraso uma carta do Papa Estevão que orientava não rebatizar os hereges, mas apenas recebê-los impondo-lhes as mãos, como sempre foi feito e assim o é até hoje. Pois se até mesmo o Lucas voltar para Igreja Católica, não precisará se batizar de novo se já foi batizado.

Na abertura daquele Concílio regional, Cipriano apenas referindo-se a igualdade dos bispos presentes, e não ao Papa, pois o Papa não estava presente, afirma:

“Pois nenhum de nós coloca-se como um bispo de bispos, nem por terror tirânico alguém força seu colega à obediência obrigatória; visto que cada bispo, de acordo com a permissão de sua liberdade e poder, tem seu próprio direito de julgamento, e não pode ser julgado por outro mais do que ele mesmo pode julgar um outro. Mas esperemos todos o julgamento de nosso Senhor Jesus Cristo, que é o único que tem o poder de nos designar no governo de Sua Igreja, e de nos julgar em nossa conduta nela.” (Sétimo Concílio de Cartago, presidido por Cipriano)

Naquele concílio os bispos africanos presentes aprovaram o rebatismo dos hereges. Chegando a sentença papal que condenou a decisão e ameaçava excomungar os que a apoiavam, Cipriano se desequilibra na escrita e cai em flagrante contradição. E é só aí que ele indaga em sua epístola contrariado: “Dá gloria a Deus quem, sendo amigo de hereges e inimigo dos cristãos, acha que os sacerdotes de Deus que suportam a verdade de Cristo e a unidade da Igreja, devem ser excomungados?” (Epístola 74)

Neste incidente estranho às suas posições constantes e oficiais, os críticos protestantes e racionalistas notaram o deslize de Cipriano:
 
“Quando Cipriano... tenta ainda conservar a unidade da Igreja, falta-lhe o solo sob os pés e as suas afirmações vacilam no ar. Consoante a sua noção da Igreja, a unidade deveria logicamente achar-se onde se acha o bispo de Roma”. (O Ritschl, Cuprian Von Karthago, Göttinger, 1885, p. 40 apud Leonel Franca. Protestantismo no Brasil. 3ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 1952, p.46).

Harnack é do mesmo parecer:

“Indubitavelmente no conflito com Estevão pôs-se Cipriano em contradição com as suas opiniões anteriores sobre a importância da cátedra romana na Igreja” (op.cit.).

É fato indiscutível que Cipriano reconhecia a suprema autoridade da Igreja. Suas palavras são enfáticas.

Por exemplo, ao comunicar ao Papa que Felicíssimo e outros cismáticos partiram em direção a Roma, diz: “Atrevem-se estes a dirigir-se à cátedra de Pedro, a esta igreja principal de onde se origina o sacerdócio... esquecidos de que os romanos não podem errar na fé” (apud Leonel Franca. A Igreja, a Reforma e a Civilização. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Católica, 1928, p.109).

Em outra ocasião, assevera o bispo de Cartago que Roma é “a matriz e o trono da Igreja católica” (op. cit.). E que: “estar em comunhão com o Papa é estar em comunhão com a Igreja Católica” (op.cit.)

Não há dúvidas de que Cipriano reconhecia o governo universal do Papa. Suas expressões não permitem outra conclusão. E é com base nos escritos desse santo que o insuspeito Harnack conclui: “S. Cipriano reconheceu particular importância à Igreja de Roma, porque esta Sé era a Sé do Apóstolo, a quem Cristo especialmente conferia a autoridade Apostólica. Esta Igreja era para ele o centro da autoridade, da unidade, e a Mãe de todas as igrejas esparsas pelo mundo” (Dogmengeschichte, I, 384 apud Bertrand Conway. Caixa de Perguntas. Lisboa: União Gráfica, p. 328).

Porque há escritos de Cipriano que diferem?

Maurice Bévenot afirmou, que foi o próprio Cipriano quem escreveu o Textus Receptus para substituir o texto anterior durante a controvérsia do rebatismo dos hereges... teria feito isso não porque tinha mudado de idéia sobre o papado, mas porque Roma estava lendo mais nele do que pretendia e poderia apontar sua contradição.

O que ele fez por simples birra momentânea, foi reescrever de outro modo o que já tinha escrito. Convenientemente, é do conteúdo do posterior texto Receptus que os protestantes mais gostam para promover essas acusações sem fundamentos como as que aqui refuto.

Bévenot apontou que, no que diz respeito à controvérsia do rebatismo, Cipriano nunca apelou para a sua independência em relação ao Papa Estêvão. O desacordo de Cipriano com Estêvão era porque pensava estar Estêvão errado ... não porque ele estaria reivindicando uma autoridade sobre os outros bispos que não pertencem a ele (disto Cipriano não se queixa), mas porque ele está reconhecendo o batismo dos hereges.  Bévenot viu o problema como teológico e não canônico. (Mais adiante trataremos deste episódio do rebatismo dos hereges).

O parecer do Papa Estêvão acabou opor triunfar quando o grande bispo africano Santo Agostinho expôs claramente que a validade dos sacramentos não depende da santidade ou da dignidade do ministro. Uma frase de Estêvão adquiriu celebridade e mantém-se como regra de ouro: Nihil innovetur, nisi quod traditum est (“Nenhuma novidade, só a tradição”).

O Papa Estêvão foi o 23º Papa da Igreja e pontificou de 254 a 257. Provando que o Papa sempre foi o “chefe” de Cipriano, dizia o próprio Cipriano sobre dois Papas que pontificaram muito antes de Estevão, precisamente quando Cipriano foi informado da morte do Papa Fabiano:

“De fato, quanto é danosa para os súditos a queda de quem está como chefe, da mesma forma, ao contrário, é útil e salutar um bispo que se oferece aos irmãos como exemplo de firmeza na fé…” (Carta 9, 1).

Também ele assim escreveu ao Papa Cornélio:
(...) “Em todos vós a Igreja de Roma deu o seu magnífico testemunho, unida totalmente num só espírito e numa só fé.

Brilhou assim, irmão caríssimo, a fé que o Apóstolo constatava e elogiava em vossa comunidade. Já então ele previa e celebrava quase profeticamente a vossa coragem e a vossa indomável fortaleza. Já então reconhecia os méritos de que vos tornaríeis gloriosos. Exaltava as empresas dos pais, prevendo as dos filhos. Com a vossa plena concórdia, com a vossa fortaleza, destes luminoso exemplo de união e constância a todos os cidadãos . (...)”  (Carta 60, 1-2).

Cipriano escreveu que: Cornélio foi feito bispo de Roma pela escolha de Deus e de Cristo, pelo testemunho favorável da quase totalidade do clero, pelos votos dos leigos presentes, e pela assembléia dos bispos. Foi eleito para o lugar de Pedro e para o grau do trono sacerdotal. (Epístola 51,8)

Queira ou não o Lucas Cata, prevalece ainda hoje a decisão do Papa Santo Estevão de não rebatizar os hereges, decisão esta mantida por todos os Papas antes e depois de Cipriano.

Cipriano nunca questionou o primado de Pedro ou a liderança de Roma, apenas por uma falha pessoal pretendia rebatizar os hereges que retornavam à Igreja. Ele os queria desnecessariamente batizá-los de novo, mesmo com a reprovação do Papa Estevão que orientava:

“Se vêm hereges ter conosco, de qualquer seita que sejam, não se inove, mas siga-se unicamente a tradição, impondo-lhes as mãos para os receber para a penitência, tanto mais que os próprios hereges, duma seita ou outra, não batizam, segundo o rito particular de cada um, os que vêm ter com eles, mas simplesmente os admitem à comunhão”. (o Papa supunha naturalmente o Batismo conferido segundo a fórmula do Evangelho).

O impasse não tardou a se normalizar, pois ambos morreram mártires sob o imperador Valeriano,  Estêvão em 257 e Cipriano em 258. O sucessor de Estêvão, o Papa Sixto II, aparece em comunhão com os bispos do Norte da África, o que significa que atenderam às disposições da Santa Sé.

Pelo martírio, Cipriano certamente foi perdoado de seu erro e foi para a glória junto a Cristo. Pois todos os mártires da fé são santificados naturalmente.

Ele de fato foi um santo padre na África e prestou elevado serviço espiritual a comunidade, se tropeçou mesmo em ato menor do que os de São Paulo e São Pedro, na atitude do rebatismo dos hereges, foi por excesso de zelo à fé diante da tormenta dos cismáticos e hereges que assolavam a África.

Nos escritos de São Cipriano: De ecclesia unitate (c. 251), ele fica do lado do papa Cornélio contra o antipapa Novaciano.

É muita desonestidade do Lucas interpretar um texto sem levar em conta as circunstâncias que motivaram São Cipriano a descontrolar-se momentaneamente, ou desprezar tudo o que o santo já havia escrito sobre o papado e a Igreja de Roma.  Pergunto ao Lucas: o que é um único texto escrito em momento conturbado, perante a avalanche de escritos, inclusive de São Cipriano, proclamadores da monarquia papal?

Pelo que vimos, a honestidade é uma qualidade estranha aos escritos do Lucas. Ele não tem qualquer conhecimento sobre o que escreve. O ódio à Igreja Católica fundada por Cristo é o que o impele.

Ele agora pode chorar, espernear e estrebuchar à vontade, porque foi desmascarado mais uma vez. E para fechar com chave de ouro, indico como se não bastasse, onde o Lucas pode ler São Cipriano confirmando o primado e a soberania do bispo de Roma:

São Cipriano e o Primado de Pedro

O Santo trata deste tema no tratado “De Ecclesiae unitate” (=Da Unidade da Igreja), que é dirigida aos confessores romanos quando estes, junto com Novaciano, se opunham ao papa Cornélio.

O texto do tratado acima é muito revelador: começa citando Mateus 16,18 e, embora afirme que a todos os Apóstolos foi conferido igual poder, logo traz um “no entanto” apontando que para manter a unidade, estabeleceu o Senhor com sua autoridade uma cátedra sobre Pedro, a quem foi dado o primado.

São Cipriano e a autoridade da Igreja de Roma

Nos escritos de São Cipriano encontra-se as evidências da autoridade do bispo de Roma sobre a Igreja. A primeira temos quando estoura a perseguição de Décio, em 250. São Cipriano se esconde, mas envia uma carta à Igreja de Roma explicando as razões que o motivaram a fugir:
 
“Creio necessário escrever-te esta carta para dar-te conta da minha conduta, da minha conformidade de disciplina e de meu zelo… Porém, ainda que ausente em corpo, estou presente em espírito…” (Epist. 20).
 
É evidente que ele reconhecia na Igreja de Roma uma autoridade a quem prestar contas, como ele mesmo afirma; do contrário, uma carta dirigida a Roma justificando a sua conduta teria sido desnecessária.

O Papa Cornélio pediu explicações a Cipriano em razão da consagração de Fortunato, que Cipriano tinha feito sem consultar Roma. Em resposta, Cipriano reconhece seu dever de trazer ao Papa todas as questões mais importantes e escreve se desculpando:

“Eu não te escrevi imediatamente querido irmão, porque não era algo tão importante e tão grave que você tivesse que ser notificado em seguida ... Eu esperava que você soubesse de tudo isso e tinha certeza de que você lembrava. É por isso que eu julguei que não era necessário comunicar-lhe com tal velocidade e urgência as loucuras dos hereges ... E eu escrevi sobre tudo aquilo, porque todos nós desprezamos, por o outro lado, e pouco lhe enviei os nomes dos bispos que estão a frente dos irmãos e não foram contaminados pela heresia. Foi a opinião unânime de todos desta região que enviasse-lhe estes nomes”. (Epístola 59,9)

Outra evidência também se encontra na Epístola 59. Nela vemos como alguns hereges em conflito com São Cipriano recorrem à Igreja de Roma por meio de cartas para que o Papa em favor deles. Embora São Cipriano não veja com bons olhos esta atitude, porque segundo o seu critério eles deveriam defender sua posição perante o seu próprio bispo, isto demonstra que inclusive da parte dos cismáticos havia o conhecimento de que a autoridade da Igreja de Roma era superior a das demais e, por isso, apelavam a ela. É notável também como nessa epístola, São Cipriano se refere à Igreja de Roma como “a cátedra de Pedro” e a Igreja principal de onde brotou a unidade do sacerdócio: “ad ecclesiam principalem unde unitas sacerdotalis exorta est”.

Para desgosto do Lucas, definitivamente fica provado de fato, quem é e pratica tudo aquilo que nos imputava.

Cai mais uma vez a farsa do Lucas Cata.


Consultas:
Veritatis Splendor
Eder Silva
Rafael Rodrigues de Carvalho