sábado, 8 de julho de 2017

Autor do livro "O Papa de Hitler" John Cornwell retira suas acusações a Pio XII


Um livro onde as mentiras começavam desde a capa


Em síntese: O escritor inglês John Cornwell retirou as acusações que ele levantou contra Pio XII, alegando não poder ter tido acesso à documentação necessária quando escreveu o livro "O Papa de Hitler". Esta alegação é contestada pelo historiador Matteo Luigi Napolitano.

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A revista SUPERINTERESSANTE de maio pp. à p. 66, apresenta o Papa Pio XII com as mãos a vendar os seus olhos para não ver as tropas nazistas que invadiam a Europa e não tomar consciência da perseguição aos judeus; repete acusações que o principal acusador de Pio XII já havia retirado, como consta do documento abaixo. Isto mostra como são, por vezes, falhas ou preconceituosas as informações que nossas revistas ilustradas apresentam em matéria de religião. Já aos 10/2/05 foi publicado o desmentido que J. Cornwell fez às suas acusações, como diz o documento a seguir.
O periódico "Correspondance européenne - Agence d'information" em sua edição de 10 de fevereiro 2005 publica uma notícia de grande importância, que PR recebeu abaixo e publica em tradução portuguesa.


O HISTORIADOR JOHN CORNWELL RETIRA SUAS ACUSAÇÕES

O historiador inglês John Cornwell, conhecido como autor do livro "O Papa de Hitler", que ganhou ampla publicidade no mundo inteiro, retirou as acusações que ele havia levantado contra Pio XII. O historiador fizera do Papa Pio XII um seguidor de Hitler desde que foi Núncio Apostólico na Alemanha.

Num artigo publicado por "The Economist" o sr. Cornwell reconheceu que se enganou; sustentou que Pio XII não podia ser acusado de simpatia ou conivência com o regime nacional-socialista nem antes nem depois do acesso ao Pontificado; podia sim ter procedido mais energicamente contra Hitler. O historiador tentou desculpar o seu erro, alegando que os documentos que refutavam as suas acusações ainda não tinham sido publicados. Numerosos estudiosos entraram na polêmica após a publicação do seu livro.
Matteo Luigi Napolitano, analista dos Arquivos do Vaticano, em artigo publicado em "II Giornale" (14 de dezembro 2004), deu contudo a saber que tais documentos não somente desde muito eram acessíveis aos pesquisadores, mas eram também muito conhecidos pelos especialistas da temática; por conseguinte, afirma Napolitano, se Cornwell os ignorou, foi simplesmente por causa da tese preconceituosa que Cornwell queria incutir mediante seu livro; ele fechou os olhos aos documentos que desmentiam tal tese.

Na verdade, o historiador retirou suas acusações, mas entrementes a figura de Pio XII foi enxovalhada; pode-se recear que a re-habilitação da mesma não tenha tão ampla divulgação quanto a calúnia alcançou.

Sobre John Cornwell e seu famoso livro ver PR 454/2000; pp. 98ss.
Como se vê, notícias desmentidas em 20/2/05 ainda eram publicadas como verídicas por SUPERINTERESSANTE em maio 2007.

Fonte: http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=96


Sobre a capa do Livro de John Cornwell, “O Papa de Hitler”, comenta o historiador Peter Gumpel:


“A capa do livro de John Cornwell mostra o arcebispo Pacelli saindo de um edifício do governo alemão, escoltado por dois soldados. Essa visita oficial do então Núncio Apostólico na Alemanha, teve lugar em 1929, quatro anos antes que Hitler chegasse ao poder (em 30 de janeiro de 1933). Como Pacelli saiu da Alemanha em 1929 e nunca mais voltou, é enganoso e tendencioso o uso dessa fotografia” (Texto do historiador jesuíta Peter Gumpel, em “Pio XII, Hitler e os judeus”, publicado em PODER – Revista Brasileira de Questões Estratégicas, Ano I, nº 05, pg. 58, Brasília, Maio/Junho 2000).


Fimdafarsa.